Desde 2014, a Tamisa (Taquaril Mineração S.A.) tenta emplacar um grande projeto de mineração na Serra do Curral. Em dezembro de 2022, tivemos uma vitória, quando a Justiça Federal suspendeu a licença da Tamisa para a instalação do Complexo Minerário do Taquaril. A suspensão aconteceu graças ao Quilombo Manzo Nzungo Kaiango, que fica localizado dentro da área de influência do empreendimento e, por isso, devia ter sido consultado, conforme a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e os artigos 215 e 216 da Constituição Federal. Não é o fim da luta, mas foi definitivamente um marco para comemorar!
O empreendimento iria destruir o que resta da Serra e afetar a saúde e a qualidade de vida da população. É um projeto considerado de alto impacto ambiental - classificado como nível 6, o topo da escala prevista na legislação.
Nesses casos, o licenciamento é concedido pelos órgãos ambientais estaduais depois de escutar conselhos e comunidades envolvidas. Mesmo com as negativas de conselhos, o IEF e a Superintendência de Projetos Prioritários (Suppri) apresentaram pareceres favoráveis à proposta.
Sabemos que o governo Zema tem atuado para favorecer o empreendimento. Desde maio de 2021, ele segue adiando a votação definitiva do tombamento estadual da Serra, que pode impedir projetos como esse na região.
O licenciamento foi aprovado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental, o COPAM em uma votação repleta de irregularidades. Apenas 4, dos 12 conselheiros foram contra esse absurdo. Como foi divulgado desde então, o projeto não obteve anuência dos órgãos de patrimônio, não apresentou estudos de risco hídrico e não consultou o município de Belo Horizonte.
Mesmo com a vitória com a qual o Quilombo Manzo presenteou a Serra do Curral, precisamos ficar atentas e fortes, porque o tombamento da Serra ainda não está garantido. Nossa mobilização colocou o tema na agenda política e podemos conseguir que seja instalada uma CPI para investigar esse processo absurdo. Bora pressionar os deputados e deputadas?